A esquerda: não estudou a pandemia e simplesmente abraçou a narrativa da OMS
A narrativa pandêmica da esquerda organizada abdicou de qualquer pensamento crítico. Capitulou à Organização Mundial de Saúde.
Quando o evento pandêmico tomou forma em 2020, a esquerda organizada mundial já vinha de um longo e lento processo de adaptação à institucionalidade e sua composição social era baseada em uma juventude que jamais conhecera qualquer revolução ou mesmo um processo revolucionário real ou em tempo real.
Docilizada por partidos institucionais de esquerda ou mesmo pela autodeclarada esquerda revolucionária, a atual juventude rebelde – formada em uma era de dezenas de anos de baixa subjetividade, de grande alienação, de vida excessiva na rede virtual e naturalização do uso de drogas lícitas e ilícitas - não contou com a vantagem de encontrar com uma esquerda organizada à altura dos novos desafios.
A esquerda real fazia eco a um antiimperialismo mais retórico do que consequente e vinha sendo domesticada por um foco excessivo em pautas que a distanciavam de uma posição independente de classe; a exemplo de pautas de identitarismo, racismo retórico, pauta LGBT e de ambientalismo claramente limitadas ao pensamento dos democratas norte-americanos.
Seu “politicamente correto” vinha sendo construído com uma indigência deplorável e sem nunca apontar para a ruptura com os limites da moral e do programa da classe dominante.
Nesse marco, o pensamento independente de classe perdia em conteúdo e ganhava em formas que giravam muito pouco além do gestual raso de uma greta thunberg, ao mesmo tempo em que sua busca de informações girava em torno da Globo, da Uol, das redes sociais, todas elas controladas e censuradas pelo grande capital, o mesmo que controla a Big Pharma.
No caso da medicina não foi diferente. O nível intelectual e “crítico” da “nova” esquerda não ia nada além das pautas da OMS, e de gente tipo Tedros, reverenciado pela esquerda. No plano local, muito raso, os iamarinos, drauzios e pasternaks se tornaram seus ídolos ou, ao menos, passaram a ser respeitados como autoridades em saúde pública e ciência, seja lá o que isso de fato signifique. Nessa, esfera a esquerda não tinha nada a dizer - não estuda saúde pública nem na pandemia - e não é, para nada, exigente.
Com seus quadros acomodados a uma vida pequeno burguesa, quando veio o “fique em casa”, a absurda política de confinamento dos saudáveis, aqueles revolucionários se acharam no seu habitat, mantiveram seu perfil de adaptação às instituições, no caso, sanitárias.
Toda a esquerda nadou como peixe n´água em sua zona de conforto: bastava executar as diretrizes da sacrossanta agência imperialista da OMS, tomar todas as doses vacinais que a Big Pharma impusesse e agitar seu “negacionismo terapêutico” (contra a ivermectina, por exemplo) para se sentirem “revolucionários”, para se acharem os verdadeiros “seguidores da ciência”; a esquerda, de fato, “ficou em casa”. Mais ainda no Brasil do demagogo reacionário Bolsonaro, onde se adaptaram entusiasticamente à “ciência” e ao “negacionismo terapêutico” lulista, padrão OMS.
Nesta nota, nos fixaremos – muito brevemente - em apenas uma observação. A da alienação sanitária da esquerda organizada, que nada leu fora do press release da Big Mídia, da OMS, da Big Pharma.
No primeiro quadrimestre de 2020, a pandemia rapidamente eclodiu – lockdowns mundo afora, confinamentos, mortes atribuídas ao COVID-19 – e mostrou que se tornara o grande acontecimento mundial do novo século, seguido mais adiante pela guerra da Ucrânia.
O que seria esperado? Que, ao invés de comprar a narrativa da agência sanitária mundial imperialista pelo seu valor de face, a esquerda se debruçasse e fosse estudar o problema como ele aparecia, como uma questão de saúde pública e em profundidade, em suas determinações sociais e econômicas, como parte da crise econômica do sistema.
E que ela organizasse comitês independentes, nos sindicatos, universidades, em suas estruturas de massa, para avaliar o que era a pandemia, em que grau estava sendo manipulada, qual a letalidade do vírus, qual a conexão da pandemia com a crise econômica do sistema. Inclusive questionando mantras da OMS como o de que “não há tratamento” (quando surgiam evidências de que há sim), de que “só a vacina salva”(enterrando a imunidade natural), de que é sensato lockdown e confinamento de saudáveis. Isolar saudáveis nunca foi lógica de nenhuma pandemia. Usar obrigatoriamente máscaras cujos poros são menores do que o vírus e coisas no estilo, nunca fizeram qualquer sentido.
No segundo mês da pandemia, cientistas do mundo inteiro – rapidamente censurados – batiam de frente com a narrativa da OMS, com o terror sanitário, contra as anunciadas taxas de letalidade do vírus... E criticando a validade dos lockdowns, do confinamento de saudáveis, e apresentando opções baratas e não patenteadas de tratamento da virose.
Mas nada adiantou. A esquerda organizada estava cega, ideologicamente cega. Ideologicamente via tudo com os óculos da OMS, do inimigo de classe.
E atravessou a pandemia assim. Agindo como força militante da OMS.
Nunca questionando aquele ente privado ou privatizado pela indústria de vacinas. Com raras exceções, cerrou fileiras com o imperialismo sanitário,
Não se ocupou de ler os livros, artigos e materiais – inclusive vídeos, entrevistas de médicos, que eram rapidamente censurados pela ditadura do algoritmo – que iam saindo às pencas, embora sempre marginalizados.
O Dr. Raoul Didier foi imediatamente classificado como charlatão pela esquerda organizada, da França e do resto do mundo. O Dr. Ioannidis, celebre epidemiologista nunca foi ouvido pela esquerda. Van der Bossche, Peter McCullough são desconhecidos pela esquerda.
Esta sempre optou, raras exceções à parte, por ficar do lado de Anthony Fauci – o czar da máquina norte-americana de saúde pública -, do FDA, do CDC, da OMS, abdicando da independência de classe.
Em outras notas retomaremos essa reflexão.
Aqui, queremos apenas registrar – através de uma pequena amostragem – a massa de livros publicados ao longo da pandemia e que a esquerda solenemente ignorou. Nunca se ocupou de estudar ou resenhar nenhum deles. Relegou todos eles ao ostracismo, quando o grande tema histórico do momento era justamente tratado, mais exaustivamente, nos livros críticos à manipulação pandêmica [e ao negacionismo terapêutico) que iam sendo publicados.
Cabia dialogar com eles, aprender com eles, criticá-los, JAMAIS ignorá-los, censurá-los, fazendo de conta que seguir a OMS era “seguir a ciência”.
Neste ponto a esquerda organizada fracassou, capitulou ao imperialismo.
Não estudou a pandemia sequer do ponto de vista pandêmico, sanitário.
E ao aderir às posições sanitárias do imperialismo, capitulou do ponto de vista de classe.
Vejamos as capas de alguns livros que a esquerda optou por não tomar conhecimento, por não dialogar, já que eles, em algum grau, representavam o contraditório.
E acontece que para a esquerda, ciência “é consenso”, ditado pela OMS. Por isso sua localização nessa pandemia foi o mais completo fiasco. A pandemia foi a esfinge que devorou a esquerda, uma força política que, neste ponto, e mundialmente, se mostrou adaptada ao sistema capitalista.
Livros:
E por que não…
Muito provavelmente a esquerda vai olhar para esses livros e torcer o nariz (são livros que “não seguem a ciência”, são livros “de teoria da conspiração”, qualquer desculpa vale).
Com isso não somente ela revela uma autossuficiência, fechamento ao novo, zero crítica ao sistema como ele é, e postura obscurantista, como também perde a oportunidade de se conectar com a realidade e com sua classe. Cabe então a pergunta: quem é o negacionista nessa história?
Ziau, fevereiro 2023.
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