Estado de exceção digital e capitulação da esquerda organizada
Estará a esquerda – que foi contra a ditadura militar – se adaptando à construção de uma ditadura digital no Brasil?
A construção da ditadura da censura digital
Ao longo da campanha eleitoral de 2022 e desde antes, a cúpula do judiciário veio desenvolvendo uma política repressiva de censura e perseguição de opinião; transformando em delito qualquer opinião política e sanitária com a qual o STF não concorde.
Esse ativismo do judiciário reprimiu redes sociais, derrubou vídeos e publicações, bastando para isso que emitissem quaisquer opiniões políticas e sanitárias que viessem de fora da narrativa oficial, seja sobre a pandemia como também em torno da figura política de Lula.
Nos dois casos, o propósito mais ou menos declarado era o de “derrotar o fascista Bolsonaro”, varrer o bolsonarismo de cena. Em nome do “Estado democrático e de direito”.
Nas redes sociais, no YouTube, na mídia digital, por todo lado foi sendo instaurado um Estado de exceção digital e que agora chega ao seu anticlímax com a luta pela aprovação de um projeto de lei [PL] que legaliza a repressão ao delito de opinião.
Falar mal da política sanitária da OMS, por exemplo, passará a ser criminalizado como “disseminação de fake news”, com base em lei. Podendo haver prisão e multas sem tamanho.
Também falar mal das “autoridades institucionais e suas políticas”, assim como toda uma serie de regramentos ambíguos e genéricos o suficiente para permitir classificar informações e opiniões quaisquer como crimes de opinião, tudo isso está sendo não apenas praticado – autocraticamente pelo STF – como embalado na nova lei que legitimará todo o Estado de exceção que veio sendo levado adiante nos últimos anos.
Não é novidade. O grande capital vem criando, por leis e decretos de parlamentos e executivos, verdadeiras tiranias como no Canadá, Austrália, França e outros países, um arcabouço de regras jurídicas e legais que configuram ditaduras.
A China é o modelo, lá a repressão foi brutal em nome do lockdown, das injeções experimentais. Crescente controle social, uma ditadura política nos fatos.
Na pandemia – pelo mundo afora - foi regra o cancelamento e perseguição das opiniões científicas contrárias ou apenas críticas à narrativa oficial da OMS, da Big Pharma. A censura digital campeou com criminalização de opiniões, isto é censura de, por exemplo, perfis e vídeos, não importando, por exemplo, se o cidadão era um respeitado cientista emitindo uma opinião científica, terminava caindo nas malhas e na má fé da censura a partir da Big Tech e do Estado.
Um processo mundial já que o imperialismo e seus interesses são mundiais. Para os donos do poder revelou-se do seu mais alto interesse aniquilar quem se opusesse à narrativa pandêmica deles.
Censura por todo lado, marchas multitudinárias contra as injeções experimentais ocorreram mundo afora, mas noticias sobre elas foram censuradas no Brasil.
Esse processo de censura digital passa por uma agudização no caso brasileiro nesse momento.
E o que mais surpreende nisso tudo não é a política dos detentores da ordem política mundial – afinal é o esperado, possuem o poder de classe dominante – mas sim a postura das chamadas forças de esquerda.
Surpreendentemente se adaptaram à nova ordem mundial fundada na censura.
Censura e esquerda
Os mesmos artistas que foram contra a censura nos anos da ditadura militar no Brasil, agora estão defendendo veementemente uma lei de censura. Que dá ao Estado o direito legal de censurar e perseguir aquilo que ele considere fake news, aquilo que não seja sua “verdade”.
Na ditadura militar havia censura contra opiniões contrárias ao regime. Redações de jornais eram controladas e pessoas eram presas e eventualmente torturadas se falassem ... a verdade. Se alguém falasse que havia tortura no país, poderia ser preso – e torturado – por espalhar fake news. A verdade tinha que se encaixar na narrativa do regime político. O resto era fake news.
Chico Buarque dizia que não aceitava aquele cálice.
Hoje, o mesmo artista, melancolicamente fora do seu tempo, proclama o cale-se! Apoia a lei da censura fervorosamente, assim como se fundiu ao governo Alckmin-Lula-STF, hoje a ditadura de plantão, fundada diretamente na toga, mas que quer legalizar a censura já.
Desde quando faz qualquer sentido no pensamento da chamada esquerda – mesmo que seja na luta contra seu inimigo político, o bolsonarismo – clamar por uma lei que instaure a censura políticaɁ
Uma lei que define o que é verdade ou não de forma tão ampla e aberta que cabe nela a imediata repressão de alguém ou algum movimento por qualquer opinião política ou científica emitida, bastando para isso que não seja a verdade que o sistema quer ouvir, que o STF não concordeɁ
A lei vem de encomenda a partir das mesmas forças políticas que assumiram o governo, STF-Alckmin-Lula-PT-PCdoB e seu objetivo é claro: blindar o regime e calar qualquer oposição política.
O incoerente – caso a esquerda fosse consequente – é a esquerda apoiar a censura. E acreditar que o pau que bate no chamado bolsonarismo não vai bater nela, na esquerda. É preciso uma dose cavalar de ingenuidade ou de abdução cega pelo lulo-petismo para acreditar nisso.
E, no entanto, estamos assistindo à instauração – sem tanques na rua – de uma real ditadura digital, de um Estado de exceção onde opiniões políticas passam a poder ser “delitos de opinião” e crimes de Estado.
É o que o supremo tribunal já vem fazendo, derrubando perfis, fechando redes sociais, perseguindo pessoas por razões políticas. Mas por que querer ir mais longe e legalizar esse Estado de exceção de fato, na leiɁ
É o que está em curso.
O objetivo expresso do PL relatado pelo deputado stalinista Orlando Silva [PCdoB], é garantir uma lei para perseguir, punir e calar quem quer que não aceite as verdades da Globo, das Big Techs, da frente STF-governo federal.
Lula já deixou escapar que um dos temas seus com Biden foi como estabelecer leis que controlem as redes sociais; também foi na China e fez acordos nesse campo, do controle digital e estatal da opinião pública; ao mesmo tempo em que é mais que evidente sua aliança com a tirania digital do STF.
O que é que falta para a esquerda enxergar a realidadeɁ Em que ponto da estrada ela perdeu seu rumo?
De onde vem esse divórcio da esquerda com a realidadeɁ
Esquerda deixando de ser esquerda
A esquerda defende a censura ao “discurso de ódio” e, pior, permite – sem críticas- que o Estado, o STF definam o que é um “discurso de ódio”. A lei que estão aprovando define e criminaliza isso. Sem qualquer oposição cerrada da esquerda.
A esquerda organizada está cega para o que vem depois.
Não quer perceber que a coisa mais fácil do mundo é classificar e judicializar a esquerda por pretenso “discurso de ódio”. É um tiro no próprio pé. Qualquer panfleto atual da esquerda pode entrar na categoria “discurso de ódio”. A não ser que o discurso de classe se torne uma retórica de “paz e amor”, e sua política vire um programa budista ou algo no estilo [neste caso, teríamos uma esquerda sem “ódio de classe”].
Aprovado o PL – ou mesmo sem ele, o STF tem mostrado que não precisa de lei para agir – a esquerda só tem que esperar sua vez. Não vai poder reclamar: quando a censura foi contra o bolsonarismo ela não reclamou da censura. Oportunismo sem tamanho.
Neste momento, o STF está multando e processando o Google porque publicou uma nota criticando o PL da censura. Com total silêncio da esquerda. Não é com ela. Amanhã multam um site de esquerda porque fez a mesma coisa, criticou o PL da censura, e aplicam uma multa de meio milhão de reais e inviabilizam financeiramente o grupo. Tudo bem?
Como hoje a multa é contra o Google, tudo bem? Quando ela for aplicada contra a esquerda organizada tudo mal?
A mais insana falta de lógica de parte da esquerda.
E é por essa escancarada falta de lógica, inclusive lógica de classe, que se pode dizer que está em curso, mais abertamente desde a pandemia, uma capitulação da esquerda em toda linha. Capitulação histórica.
Se prostrou diante do Estado de exceção digital do imperialismo.
Estado de exceção instalado aqui a partir da frente ampla burguesa que vai do Alckmin-Lula, passando pela cúpula militar até o STF. A esquerda está operando como o cego que não quer ver. Se omitindo diante de práticas estatais de ditadura digital.
Trata-se ou não de uma aberta capitulação à censura, objetivo estratégico do grande capital diante de manifestações sociais, de massa?
Onde foi parar a posição de classe da esquerdaɁ
Um problema mundial. De abdução pela narrativa imperialista [falsa, como se pode checar, por exemplo, nos vídeos abaixo, mostrando a falsidade em torno da pandemia, todos eles proibidos de sair no YouTube].
O imperialismo avança, colocando a censura a serviço do Deep State, por razões de classe, porque necessita do controle político de massa – seja pelas vias “sanitárias” ou políticas. Mas o grande problema é que já é possível constatar uma vitória prévia sua o simples fato de não encontrar qualquer resistência da esquerda.
Está avançando na censura política com aval da esquerda: o que é ótimo para a classe dominante, mas, por outro lado, estamos diante de uma novidade histórica no campo chamado de esquerda.
No Brasil, esta visivelmente fica refém do seu binarismo, apoiando qualquer medida de exceção estatal desde que entenda como sendo parte da sua luta contra o campo bolsonarista. Os meios justificando os fins. Esquece de ver que os meios contaminam e comprometem os fins.
E deixa de levar em conta, em sua obsessão antibolsonarista patológica, que nunca foi política de esquerda defender censura à liberdade de expressão, ou criminalização de opinião política ou científica. Em nome de nada.
Esquerda não combinava com censura.
Forças do outro lado como o Telegram denunciam, esses dias, o cerceamento à liberdade de expressão; o que faz a esquerda? Escolhe o lado da censura e do cerceamento. O Google está sendo multado por pura censura política. E a esquerda feliz sem enxergar que o próximo google é ela.
--teleg
Sabemos que ministro do STF suspendeu o Telegram no Brasil por que este não ofereceu dados privados de cidadãos de sua rede social para o governo.
Novamente: por que isso não é um problema para a esquerdaɁ
Será que a esquerda acha que o cabeça de ovo está a serviço da democracia contra o fascismoɁ E que ao garantir – com métodos duvidosos - a eleição e posse de Alckmin-Lula ele está defendendo o Estado de direito? Faz falta aqui, claramente, uma visão crítica de classe.
Basta que apareçam manifestações contra o regime. Aí vão usar aquela “lei antiterrorista” da Dilma, na verdade uma lei que criminaliza os movimentos sociais e, também, se aprovado esse PL, vão se socorrer ampla e legalmente da censura e judicialização contra o movimento de massas.
Achar que nada disso vai acontecer pode ser revelador do quanto a esquerda foi abduzida pela ordem, o quanto se tornou uma esquerda da ordem, amestrada, domesticada.
Reforçar o poder de censura do Estado não tem nada a ver com o conceito de esquerda de classe. Embora seja inegável admitir que combina muito bem com uma esquerda domesticada pelas forças da ordem.
E quando o STF entender que tampouco a esquerda pode criticar abertamente aquele PL e quando meter multas pesadas que aniquilem grupos de esquerda talvez aí então, contrariando seu binarismo atual, ela enxergue – tardiamente - que a liberdade de expressão não é um bem supérfluo e que um Estado de exceção digital deve ser tão repudiado quanto foi a ditadura militar.
Mas a esquerda tem seus argumentos. Essa obsessão regulatória da esquerda amestrada [sendo que partidos ditos “de esquerda” como PT e PC do B já são diretamente burgueses] costuma procurar se justificar através do malfadado pretexto de “combate às fake news”.
Quem publique fake news tem que ser punido, pensam os esquerdistas. Que venha a força da lei com suas multas, cancelamentos e prisões para quem pense diferente. E na sua mente estreita, “pensar diferente” vale para o bolsonarismo.
Ou seja, delegam às forças repressivas do Estado o direito de decidir o que é a verdade e a mentira. Na política e na saúde pública. Esquece que já esteve um dia praticando fake news ao dizer que havia tortura quando o Estado dizia que não havia.
A questão agora é semelhante: somente será verdade política ou sanitária aquilo que o Estado decidir que é.
Essa é nossa experiência recente no mundo.
Esquerda e pandemia
Foi dessa forma que o conjunto da esquerda – aqui e fora daqui - atravessou a pandemia.
Tudo que fugisse à narrativa da OMS-Big Pharma virava imediatamente fake news [ou também “teoria da conspiração”].
Não conseguem entender que o regime não está para nada preocupado com as chamadas fake news [seja lá o que isso signifique], e que ele só teme a verdade, apenas a verdade, seja ela política ou científica.
A esquerda entende a luta contra as fake news como uma saga contra o bolsonarismo, se é contra o bolsonarismo, então tudo bem, temos que estar alinhados com o STF-Alckmin-Lula.
Impossível ser mais binário.
Não sabe o que fazer na política? Ou na pandemia? Ora, basta ser anti-Bolsonaro. Basta procurar saber como Bolsonaro se posicionou.
A ivermectina funciona ou não contra essa gripe pandêmica? Não sei, na verdade não quero nem saber, mas se Bolsonaro é a favor, sou contra.
Bolsonaro é contra o lockdown. Então somos a favor do lockdown.
Bolsonaro disse que esse vírus provoca uma gripe que, como toda gripe ataca os mais vulneráveis. Ah é? Então nós pensamos o contrário: é uma peste bubônica, não tem nada de gripe, deve ser um vírus tipo Ebola e Bolsonaro é um genocida.
Bolsonaro não usou máscara e falou contra? Sejamos todos defensores incondicionais da máscara, inclusive nos parques, praias, universidades. “Fora Bolsonaro genocida!”.
Bolsonaro criticou as inoculações do COVID-19? Então é claro que temos que ser vacina lovers, contra o “genocida” Bolsonaro; temos que ser a esquerda que milita pela Pfizer e quanto mais doses melhor.
Bolsonaro baixou um decreto defendendo que o trabalhador não possa ser demitido por que não apresentou o cartão vacinal? Abaixo Bolsonaro!
Trabalhadores serão demitidos apenas por que defenderam o direito ao corpo, recusaram uma injeção imposta pelo Estado?
Abaixo o genocida: Bolsonaro quer impedir demissões por recusa da vacina, então temos que ser a favor da demissão de trabalhadores. Somente assim seremos coerentemente antiBolsonaro. A defesa da classe trabalhadora pelo seu acesso ao tratamento com ivermectina, pela recusa da injeção experimental, estamos contra, tudo isso é bolsonarismo. Não podemos ser confundidos com Bolsonaro.
Esquerda punk.
Estamos diante de um binarismo que se confunde com relativização da posição de classe.
Que se expressou, por exemplo, na defesa do “fique em casa” para professores enquanto a classe mais oprimida se amontoava nos ônibus cheios, indo diariamente para o trabalho presencial... Bom para os integrantes classe média da esquerda, ruim para a os proletários.
Essa foi a trajetória da esquerda na pandemia.
E para manter essa narrativa pandêmica, essa sim uma narrativa realmente fake, que venha a censura a quem pense diferente.
É essencial continuar censurando e perseguindo quem queira informar sobre o que realmente ocorreu na pandemia.
Não se pode deixar que circule a informação de que, existiram dezenas de milhares de mortes em consequência de vacinas de COVID-19 [somente nos Estados Unidos, e isso a partir de dados oficiais do site do governo, do Vaers, accessíveis a qualquer um], É também preciso continuar censurando o notório êxito no tratamento do COVID-19 que foi documentado em cada país e cada unidade de saúde que usou ivermectina, vitamina D e zinco.
É também preciso continuar derrubando os perfis nas redes e perseguindo todo médico que critique a política da OMS, que mostre que lockdown foi um desastre para a população, que o uso de máscaras não protegeu ninguém e que agora há excesso de mortes nas populações mais vacinadas. Aliás, esse é o debate em Portugal nesse momento.
A Pfizer admitiu publicamente que a vacina não impede a transmissão do vírus e a esquerda nem piscou. Os Pfizer files não foram tema para a esquerda.
A montanha de evidências científicas a favor da ivermectina contra o COVID-19 não para de crescer, os dados sobre miocardite em jovens vacinados idem, mas a esquerda continua se somando ao governo para exigir de cada família pobre que seu filho só terá escola e bolsa família se for inoculado.
Ou seja, o filho da família trabalhadora pobre ficará na miséria, sem ajuda e sem escola se não aceitar a inoculação experimental [a própria bula explica que é uma tecnologia genética experimental].
É por crimes desse tipo que torna-se inevitável a pergunta: de que serve, para a classe trabalhadora, uma esquerda que se volta contra a classe e seus filhos, uma esquerda que não defende a inviolabilidade dos corpos contra o Estado, e que milita em defesa do imperialismo,com suas injeções experimentais e seus lockdowns inúteis?
Amanhã o imperialismo vai vir com ridículos “lockdowns climáticos” e a esquerda, comportando-se novamente como força tarefa da ordem burguesa, vai acolher e defender coisas do tipo, vai se somar ao programa desse capitalismo distópico.
Não promove um só debate crítico e sério sobre nada disso, apenas opera, passivamente, como quinta roda das forças imperialistas da OMS e da ONU.
A esquerda perdendo o rumo
Graças a essa censura de Estado e das BigTechs contra a verdade é que a atual desinformação geral sobre o que de fato foi a pandemia pode se manter de pé.
Censura cumpre esse objetivo. Impõe narrativas.
E por isso, para a classe dominante, é essencial o ativismo autocrático político e de censura sanitária do STF e, agora, é bem importante que seja aprovado o PL da censura.
Diante de tudo isso a esquerda organizada faz cara de paisagem, faz vista grossa, isso depois de ter feito militância para a OMS, defendendo agressivamente a vacinação compulsória dos trabalhadores.
Se não estamos diante de um abandono das posições de classe, se isso não é uma forma patética e retardada de fazer política, como qualificar isso?
É a mais pura miséria da política. Ao abandonar, por exemplo, o direito ao próprio corpo diante do Estado.
Pergunta inevitável: é válido ser de esquerda para defender as posições da Globo, da Big Pharma, ou da OMSɁ
Basta ver o que a Globo fala e seguir a OMS e sua “ciência” [ciência que segue o dinheiro da Big Pharma] e dispensar as fontes da esquerda. A esse ponto chegamos.
Um partido organizado e “marxista” para defender o “imperialismo sanitário” da OMS, quem precisa disso?
A esquerda tem que ser reinventada se quiser continuar existindo.
Seu atual impasse é histórico. Estrutural.
Claramente se trata de uma capitulação histórica com alguma semelhança com a crise da esquerda na I Guerra.
Naquele momento histórico, a esquerda hegemônica no mundo capitulou ao imperialismo de cada país, passando a defender a carnificina global e o extermínio de operários na Grande Guerra inter-imperialista.
A exceção, ali, foi Lênin, que precisou reinventar praticamente do zero e construir outra esquerda, diante da degeneração da esquerda realmente existente [mais adiante, o próprio leninismo, por sua vez, debilitado pela guerra civil, degenerou no stalinismo].
Mas o fato é que a crise da esquerda no Brasil é de grandes proporções.
Seu vale tudo binário e “democrático” ficou também evidente nas eleições presidenciais passadas quando toda a esquerda amestrada se engajou na campanha Alckmin-Lula para eleger uma ampla aliança do grande capital.
Uma frente ampla que agora está tocando esse Estado de exceção digital e é a mesma que preserva de pé todas as reformas antitrabalhistas também a previdenciária que vinham de antes. E está adotando de mala e cuia a política do imperialismo.
Votar em Lula, que o conjunto da esquerda defendeu encarniçadamente, tinha o objetivo de “derrotar o fascismo”, assim argumentam.
Portanto, na prática, esquerda-Globo-STF de mãos dadas “contra o fascismo”. Alguém acredita seriamente nisso?
O problema é que não havia fascismo por mais que Bolsonaro, em si, tenha esse perfil [mas não havia fascismo, com seus bandos armados de massa, fechamento de sindicatos e da imprensa de esquerda como se deu no fascismo real] e nunca, em momento algum, nenhum clássico marxista – já que a esquerda se reivindica marxista – defendeu aliança com o grande capital, com a direita tipo Alckmin-Globo-banqueiros para derrotar outro inimigo.
Ao contrário, aqueles ícones da esquerda marxista explicavam – tanto Lênin quanto Trotski - que aliar-se com a direita [em uma frente ampla tipo essa, Alckmin-Lula-STF] não apenas não honra a esquerda como a enfraquece. E, ainda por cima, adotavam uma concepção do que é fascismo que foi abandonada pela esquerda atual.
E, no entanto, esta esquerda se diz leninista e trotskista. Como não ver semelhança com a esquerda que hegemonizava os trabalhadores na I Guerra e que traiu a classe trabalhadora na GuerraɁ
Como não enxergar que a aliança da esquerda amestrada com a Big Pharma, com imposição de injeções estatais contra trabalhadores e estudantes, a favor da censura contra quem divergisse da narrativa da OMS imperialista, que essa esquerda é capitulacionista e se comporta como esquerda institucional, eleitoreira?
Afinal, ela deixou ou não a classe trabalhadora, que ela diz representar, nas mãos da OMS, da Big Pharma e da censura política e sanitária e da imposição de injeções estatais?
Como o trabalhador poderia saber a verdade sobre a pandemia –que alguns chamam de fraudemia e com argumentos – se a esquerda esteve e está mais que nunca do lado da censura da verdade e desqualificando de fake news tudo que contrarie a narrativa dominante do imperialismoɁ
E JAMAIS – em momento algum – ela promoveu um só debate sobre a controvérsia das inoculações, do tratamento e do lockdown.
Praticando dessa forma o mais eloquente obscurantismo científico e assinando embaixo da posição reacionária de que ciência “é consenso” e não controvérsia.
Acontece que ciência só evolui com controvérsia, com dissidência.
E a esquerda só mostrou, na pandemia, que não possui a menor noção do que seja ciência e do quanto “seguir a ciência”, como ela faz, termina sendo “seguir o dinheiro”, se integrar ao grande capital.
Cada cientista, por mais notável que fosse, ao criticar a política sanitária da OMS foi censurado, cancelado e a esquerda fez vista grossa, todo o tempo essa foi sua política. Obscurantista.
Pró-Big Pharma, pró-imperialista, em aberto abandono da dialética, assim agiu a esquerda pandêmica.
E, no Brasil, usou o método do binarismo insanável: se Bolsonaro é a favor, sou contra, como no caso do tratamento do COVID-19. Se a direita é contra, sou a favor, como no caso do PL da censura.
O imperialismo agradece essa colaboração em favor do avanço do seu projeto mundial autocrático e decadente.
Considerações finais
Em 2001, o atentado do 11 de setembro nos Estados Unidos foi conveniente para que os donos do poder estabelecessem um Estado nacional de restrições às liberdades individuais e censura. O pretexto era o inimigo externo. O vírus também foi o inimigo exterior para justificar censura e controle social, inclusive sobre o debate científico.
Agora, abduzida pela ideologia das fake news, obscurecida pela “luta contra o fascismo”, eis que temos a esquerda organizada aceitando a censura.
Em nenhum desses casos, a esquerda se dá conta do caráter de classe da censura política e sanitária, qualquer que seja ela, e do quanto o próprio pretexto para a “necessidade” da censura é construído pelos donos do poder.
O Império alemão, o tzarismo e depois Hitler, Stálin, todo ditador precisa da censura. A esquerda não pode ser a favor da censura. Sua existência não pode se apoiar na censura.
E se, por um lado, todo regime autocrático, todo Estado de exceção, necessita visceralmente do controle social, da censura, na direção oposta, nós precisamos denunciar e lutar contra qualquer arremedo de cerceamento à liberdade de opinião.
A não ser que, no caso atual, a esquerda seja – como parece ser – um movimento neo-stalinizado e amplamente domesticado, embora adotando uma retórica de esquerda.
Como pode alguém se declarar antifascista e ser a favor do Estado de exceção digitalɁ
Combate o fascismo – assim gosta de bradar - mas aceita passivamente um Estado de exceção que vem se tornando o projeto mundial dos imperialismos, acuados por uma crise econômica muito maior do que a esquerda imagina.
Por que é ainda preciso que em pleno século XXI alguém tenha que lembrar à esquerda que a censura política e sanitária é indefensável? E que defender Assange é inegociável, estratégico tanto quanto é estratégico defender obstinadamente a liberdade de expressão e combater a ditadura digital de toga no Brasil.
E por que não entendemos que nada, nada de positivo, vai ser construído – na ciência ou na política – sem a liberdade de opinião e de expressão?
E que, portanto, tanto as ações políticas arbitrárias do STF quanto o PL da censura devem ser combatidos todo o tempo por qualquer força política que preze a verdade – e não o oportunismo - na política e na ciência?
Até porque a verdade inexorável dos fatos é que qualquer censura, em algum ponto também se voltará contra toda a esquerda e cada pessoa lúcida.
Ziau, 6-4-23.
Informações sobre a pandemia que você não vai ver na BigMídia e nem no YouTube:
Canal - AndreCorbei - Vídeo 58 minutos - Dr 'Sucharit Bhakdi' COVID-19 Vaccine Destroys Hearts & Brains of Billions of People. Em: https://rumble.com/v1qom72-dr-sucharit-bhakdi-covid-19-vaccine-destroys-hearts-and-brains-of-billions-.html
Canal - AndreCorbeil - Vídeo 1h23m - 100'S Of Athletes Are Dying Or Collapsing Suddenly! Since 'Covid-19' 'mRNA' Vaccines Rolled Out. Em: https://rumble.com/v1wldrg-100s-of-athletes-are-dying-or-collapsing-suddenly-since-covid-19-mrna-vacci.html
Canal - AndreCorbeil - 4 months ago Video 42 m - The Truth About Vaccines Documentary "Vaccinations Aren't What You Think They Are". Em: https://rumble.com/v228x6e-the-truth-about-vaccines-documentary-vaccinations-arent-what-you-think-they.html
Canal - CoronaCircus - Tests ? Vaccinations ?? Passe sanitaire ??? - Vídeo – 20 m - Le Dr. Tess Lawrie parle de l'efficacité de l'ivermectine. Em: https://rumble.com/vlfr2v-le-dr.-tess-lawrie-parle-de-lefficacit-de-livermectine..html
Canal - Le Déclencheur - Vídeo 15 m - L'histoire inédite « d'un médicament miracle»… l'Ivermectine (VF/ST). Em: https://rumble.com/v277zvw-lhistoire-indite-dun-mdicament-miracle-livermectine-vfst.html
Canal - CoronavirusPlushie - Vídeo 15 m - Michael Baker: Consistently Misleading Kiwis About Face Masks Since Mid-2020. Em: https://rumble.com/v1jljv5-prof.-michael-baker-misleading-kiwis-about-face-masks-since-mid-2020.html
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